Especial As Crônicas Vampirescas de Anne Rice (Parte 2)
Hey People, Hoje temos a segunda parte da matéria sobre os filmes baseados nos livros de Anne Rice. Com vocês, A Rainha dos Condenados.
A Rainha dos Condenados
A Rainha dos Condenados
(Full Spoilers)
A Rainha dos Condenados é um filme americano de terror
de 2002. A direção ficou a cargo de Michael Rymer com o roteiro de Anne Rice,
Scott Abott e Michel Petroni. O longa é uma adaptação de dois livros de “As Crônicas Vampirescas” de Anne Rice “O Vampiro Lestat” (1985) e “A Rainha dos Condenados” (1988). Anne
Rice também escreveu “Entrevista com
Vampiro” (1976, o livro e 1994, o filme) que antecede a rainha dos
condenados.
Aos Vampiros
do Mundo: Apareçam, sejam vocês quem forem
O filme conta a história do vampiro Lestat que acorda
nos tempos modernos depois de mais de um século de sono ininterrupto. Ele
resolve se reinventar e se transforma em um astro do rock com a banda que leva
o seu nome. No entanto, ele não mantém um disfarce como dita uma das principais
regras dos vampiros e admite publicamente ser um de fato.
Seu propósito é atrair os vampiros do mundo para uma
antiga vingança além de satisfazer sua necessidade de ser notado. Todavia, a
rainha dos vampiros, Akasha desperta de seu sono milenar atraída pela música de
Lestat e decide fazer dele o seu novo rei consorte para governarem juntos sobre
vampiros e humanos e isso ameaça o amor de Lestat pela bela jovem mortal
Jessica.
O Sangue está jorrando
O filme teve recepção negativa por parte da crítica
especializada, mas é muito querido pelos fãs de filmes de vampiros e de Anne
Rice. Hoje em dia o filme é considerado cult
e um dos melhores filmes do gênero. Muitos elementos são bem interessantes, mas
muito ignorados, a saber, a organização de estudiosos de ocultismo da qual
Jessica faz parte por exemplo que não tem uma importância durante a história.
A distância entre o filme e os livros é gritante e
isso quase que cria uma versão totalmente nova da história. O interesse de
Lestat em Jess foi reduzido de forma bem precária, e o próprio Lestat no filme
sequer arranha a superfície do todo que é esse personagem. E há quem diga que o
sucesso desse filme se dá unicamente pelo fato de ser bem sensual e por falar
de vampiros. Outros vão ainda mais longe ainda na falta de noção e dizem que o
que alavancou o longa foi a infeliz morte de Aaliya que interpretou a belíssima
Akasha. Eu, porém, digo que é um conjunto de coisas muito grande para se
atribuir a um filme para desqualifica-lo. A trilha sonora é boa, a atuação é
boa, os figurinos, etc. Muitas coisas merecem crédito em A Rainha dos
Condenados. Pois, se fosse apenas por se tratar de vampiros no enredo, outros
filmes péssimos no mesmo estilo teriam feito igual ou maior sucesso.
A fotografia e a ambientação dão um estilo um tanto Trash ao filme, o que eu acho super
legal. O filme não é do tipo de terror que dá medo ou assusta. Muito pelo
contrário, o tema é terror e não o gênero. Existe uma sutil diferença nisso.
Esse assim como outros falam sobre o terror sem ter necessariamente o propósito
de causar medo. Na verdade, esse filme é muito mais sensual e provocante do que
terror em si. As imagens são muito belas, mas de um modo diferente dos demais
filmes que seguem essa linha. Ele tem os efeitos especiais fracos apesar de que
quase não são necessários em todas as cenas do filme. Ele se foca mais na
interação dos personagens apesar de que alguns dos efeitos foram muito bacanas.
Este filme faz par com “Entrevista com Vampiro” como dois dos melhores filmes de vampiros
de todos os tempos. A pegada gótica do filme é bem dahora. O rock vampiresco foi com certeza um diferencial bem
marcante do antecessor entrevista com vampiro. O couro e látex preto
substituíram as roupas chiques de época do outro filme. A trilha sonora de
música clássica foi substituída pelo bom rock dos anos noventa. De fato, uma
das melhores coisas desse filme é a trilha sonora. A voz que é ouvida nas músicas cantadas por Lestat não é do
ator Stuart Townsend, intérprete do personagem, mas sim de Jonathan Davis,
vocalista da banda Korn. É realmente de arrasar. Contem faixas inéditas
de artistas como Korn, Static-X, Marilyn
Manson, Disturbed, Linkin Park, Dry
Cell, Slipknot entre outras. Eu as escuto até hoje, o que depõe
favoravelmente para o Soundtrack do
filme.
O Lestat de Stuart Townsend é bem diferente do Lestat
de Tom Cruise. É difícil imaginar os dois personagens tendo as mesmas atitudes.
Eles parecem de fato duas pessoas diferentes um do outro. O Lestat de Stuart é
mais jovial e impulsivo, enquanto o de Tom Cruise é menos empático com os
humanos e mais arrogante. Apesar de preferir a performance de Tom Cruise,
Townsend fez um bom trabalho com o roteiro que tinha. O papel dele não era só
distante do Lestat de Tom Cruise, como também é assim em relação aos livros.
Tem uma personalidade muito jovial diferente do que vimos nos livros. Lestat
possui um profundo desejo por conhecimento e se mostra muito inteligente. Bem
diferente do Lestat que anseia por seu notado de a rainha dos condenados.
Essa necessidade parece rasa e pueril e até faz com
que ele tenha uma postura bem mais bondosa do que o que vimos na atuação de Tom
Cruise que era cuidadoso no que dizia respeito a sua identidade de vampiro.
Embora nas duas versões Lestat não tenha receio de se alimentar dos humanos, o
Lestat de Tom Cruise se importa bem menos com eles.
Akasha
A atuação que se destacou foi com certeza a Akasha de
Aaliya. Ela foi exatamente como eu esperava. Sem nenhuma consideração pela vida
dos mortais os enxergando apenas como comida. É altiva e arrogante e sua
capacidade de beber litros e litros de sangue lhe conferia algo demoníaco e
sobrenatural. Também era misteriosa e o jeito que se movia e falava eram bem
peculiares. Sua caracterização a deixava mais vampiresca do que os outros como
se fosse um grau acima dos demais vampiros. A cena dela entrando no bar e
destruindo os outros vampiros e incinerando os seus corpos com os seus poderes
sem nenhuma consideração é totalmente demais. A forma grotesca como devora o
coração de um deles e se deleita com isso é uma das mais marcantes do filme. O
jeito como se movia e seu olhar eram tão sensuais e misteriosos, mas eram
naturais, mesmo que os trejeitos dela fossem um tanto caricatos as vezes. Isso
digo não depreciando, mas uma certa excentricidade era esperada de uma
personagem assim. Afinal, ela é uma deusa vampira egípcia de mais de três mil
anos.
Pouca
informação sobre ela e a sua introdução na forma de estatua deixam ela tão
misteriosa, com um ar de antiguidade que a rodeia. Ao mesmo tempo que ela veio
de uma época tão remota e diferente também parece se adaptar bem e rápido ao
presente. Isso é melhor explicado nos livros e passa batido tanto no entrevista
com vampiro quanto a rainha dos condenados, mas que é um pouco melhor abordado
nesse último. Ao que parece, o intelecto dos vampiros é mais elevado do que o
dos humanos e sua compreensão da realidade é bem maior, facilitando a vida
deles nesse quesito. Além disso, os vampiros podem ler mentes em alguns casos e
podem adquirir informação através do sangue de suas vítimas. Coisas que elas
sabiam ou que viram são absorvidas por eles (o
sangue é vida).
Seguindo esse pensamento, fica fácil entender o porquê
Akasha não se surpreende com nada do que vê a sua volta estando no presente. No
final de entrevista com vampiro, também vemos o Lestat de Tom Cruise aprendendo
a capacidade de dirigir depois de se alimentar do repórter Daniel Malloy. E o
próprio Lestat tem visões ao beber o sangue de Akasha na forma petrificada.
Maharet e Mekare
Uma parte que foi bastante ignorada no filme foi a de Maharet. A história dela é bem mais elaborada no livro e contada com bastante detalhes. No Antigo Egito que na época era conhecido como Kemet, existiam duas bruxas gêmeas de cabelos ruivos. Elas eram Maharet e sua irmã Mekare e a fama de sua magia se espalhara por toda aquela terra até chegar aos ouvidos da Rainha Akasha e o seu rei consorte Enkil. Eles então convidaram as duas bruxas até o seu palácio para demonstrarem o seu poder e ignorando a vontade da irmã, Mekare os utilizou livremente na presença dos reis e invocou um espirito maligno chamado Amel na perante todos.
Por sua bruxaria, Akasha e o seu rei
mandaram jogar as gêmeas no calabouço por medo delas ou por suas crenças serem
muito diferentes das deles. Na prisão elas foram torturadas e estupradas na
frente toda a corte pelo escudeiro do rei, Khayman que não teve opção além de
obedecer, mesmo não querendo lhes fazer mal. Depois de três dias, Maharet e
Mekare foram liberadas para ir e viveram em paz por um tempo em sua terra
prometendo deixar todas aquelas coisas para trás com a criança que Maharet deu à
luz proveniente do estupro de Khayman.
No entanto, Khayman apareceu um ano
depois para levar as gêmeas de volta para Kemet a mando dos reis Akasha e
Enkil. Ao que parece, o espirito Amel se sentiu furioso pelo que os reis
fizeram com as gêmeas e passou a atormentar os reis e Khayman pelas torturas
das bruxas atirando coisas neles e exumando os corpos dos mortos, assombrando
suas vidas sem descanso de tal forma que o povo planejou a morte dos reis por
trazer esse tormento para eles.
Todavia, Amel amaldiçoou Akasha e
Enkil a serem vampiros pela eternidade. Eles imploram a Maharet e Mekare que os
ajudem, mas elas não sabiam como e isso lhes garantiu mais um tempo na prisão
até que fossem executadas. No entanto, Khayman que também foi transformado
pelos reis foi até elas para liberta-las. Depois de transformar as duas os três
fugiram e fizeram mais bebedores de sangue por todo o reino a fim de que seu
exército derrotasse os reis malignos, mas todos foram capturados em Saqqara. As
gêmeas foram aprisionadas em caixões de pedra e enviadas ao Oceano em direções
separadas. De Mekare nunca mais se soube, mas Maharet continuou por milênios
cuidando dos descendentes humanos de sua filha que se chamava Miriam.
No filme fica apenas implícito que
ela e Akasha se conhecem. Talvez não desse tempo para apresentar toda a
história das gêmeas e isso teve que ser resumido de qualquer forma. E isso é uma pena, pois essa história é muito
interessante. Quanto ao fim de Akasha no tempo antigo só se sabe que ela e seu
rei devoraram todos no seu reino por conta de sua sede de sangue sem tamanho e
depois ficaram tanto tempo parados que terminaram se petrificando.
Curiosidades
·
O ator Tom
Cruise chegou a ser convidado para retornar ao papel de Lestat, que fez
em Entrevista com o Vampiro, mas recusou a oferta por já estar envolvido
com a produção de outros filmes na época das filmagens de A
Rainha dos Condenados.
·
Após a recusa de Tom
Cruise, os atores Heath Ledger, Josh Hartnett e Wes Bentley
chegaram a estar cotados para interpretar o vampiro Lestat em A
Rainha dos Condenados.
·
Inicialmente A Rainha dos Condenados seria
lançado nos cinemas norte-americanos em outubro de 2001, mas acabou tendo sua
estreia adiada para fevereiro de 2002.
·
Aaliyah foi a
primeira atriz escalada para o elenco e estava muito animado com o projeto já
que é fã de filmes de vampiro e é fascinada pela mitologia grega.
·
Mais de três mil góticos
de clubes noturnos de Melbourne e da internet foram contratados para atuarem
como figurantes na cena do concerto de Lestat.
·
A cena do concerto de
Lestat foi filmada em Werribee, na Austrália.
·
Assim como Entrevista Com o Vampiro (1994),
este filme foi tema de um caso polêmico: em dezembro de 2002, um jovem escocês
chamado Allan Menzies matou seus amigos após assistir ao longa. Segundo o
assassino, foi a rainha Akasha quem pediu que ele cometesse o crime.
·
A arquitetura da casa da
Tia Maharet foi inspirada no Angkor Wat, um templo localizado em Camboja, na
Ásia.
·
O bar de vampiros
"The Admiral's Arms", localizado no distrito de embalagem de carne de
Londres, é uma homenagem ao clube "Mother", um bar de vampiros
localizado no distrito de embalagem de carne da cidade de Nova York.
·
Wes
Bentley interpretaria Lestat, mas desistiu do papel.
·
A atriz Pia
Miranda fez uma pequena participação no filme como a colega de quarto
de Jesse, mas a cena foi excluída na pós-produção.
·
A música "Excess", de Tricky, é tocada na
cena em que Jesse vai para o clube. A mesma canção pode ser ouvida em 13
Fantasmas (2001).
·
Jonathan Davis faz uma pequena aparição no longa revendendo bilhetes na
porta do clube.
Pequeno Tributo à Aaliya
Infelizmente a cantora, compositora e atriz, Aaliya
que interpretou a nossa querida Akasha em A Rainha dos Condenados faleceu antes
de ver o filme ser lançado. No ano de 2001 ela morreu em um acidente aéreo
devido a quantidade de carga no avião nas Ilhas Ábaco nas Bahamas.
Aaliyah
Dana Haughton nasceu em Nova Iorque no dia 16
de janeiro de 1979 e era filha de Diane e Michael Haughton, nascida em uma família afro-americana, com
ascendência nativo-americana por parte de sua avó, ela foi a segunda
e última filha de sua família. Aaliya era talentosa em dançar, cantar, compor
músicas e atuar. Atuou em “Romeu tem que
Morrer” (2000) e a belíssima Akasha em “A
Rainha dos Condenados” (2002). Suas músicas estão presentes em presentes em
filmes como “Anastasia” (1997), “Dr. Doolitle” (1998), “Next Friday” (2000) e “Romeu tem que Morrer” (2001).
Aaliya era linda, seus olhos eram encantadores.
Felizmente seu talento está eternizado em suas canções e em sua atuação. Era
coreografa e dançarina. Lançou três álbuns sendo ela própria a compositora de
algumas das faixas. Claro que sua participação em “A Rainha dos Condenados” é a mais conhecida e mais icônica de
Aaliya, o qual marcou o filme com sua presença.
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Escritor:
XOXO Yastaley
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