A Segunda Temporada de 13 Reasons Why e o Projeto Borboleta

by - maio 28, 2018

Hey People, gostou da nossa matéria sobre os 13 porquês? Então, se prepare, pois hoje temos um pouco mais sobre ela que já está na sua segunda temporada. No final vamos falar um pouco sobre o projeto borboleta que é uma idéia que tenta ajudar pessoas em depressão. Vamos lá!


Os 13 Porquês

Thirteen Reasons Why é uma série dramática norte-americana criada pela Netflix e inspirada no romance de Jay Asher que fez muito sucesso com a sua temporada anterior. É uma série que toca em questões delicadas e muito sérias como depressão, suicídio, drogas e violência sexual. Eu vou estar deixando o link da primeira matéria escrita pela minha querida amiga, a bela Yastaley no final dessa aqui. Se não leu aquela, eu recomendo que o faça antes dessa pelo motivo óbvio de que aquela é sobre a primeira temporada. 


Caso já tenha lido, vem comigo explorar a segunda temporada. Lembrando que está matéria contém Spoilers então se ainda não terminou de assistir os 13 porquês, corre lá, e volta depois de terminar de assistir, ok? Nesta matéria eu pretendo abordar a séria dos pontos de vista artístico e também as suas propostas. Além disso, essa é uma série ficcional sobre temas pesados e se você é alguém que já sofre com isso, talvez ela não seja para você, ou é melhor assistir com alguém de confiança ou um adulto. Caso sofre de depressão ou conhece alguém que sim, procure um sistema de apoio emocional.


Oi, aqui é a Hannah! Hannah Baker


Bem, aqui não é a Hannah de verdade. Então, não ajuste o seu... seja lá onde estiver lendo isso, mas enfim, vamos a série. Eu achei que a primeira temporada foi mais focada no suicídio e na depressão e em como as pessoas lidam com essas questões. Era mais densa, mais pesada. Tinha um impacto mais forte e chocava com o feio e duro da realidade. Nessa segunda parte, eu senti que a série se focou mais em dilemas adolescentes e fez a série ficar mais leve. Apenas se propôs a sanar algumas questões da primeira. Ainda falou de temas muito importantes como drogas, sexo, estupro, Bullyng, e levou a discussão sobre famílias disfuncionais, e negligência a área da educação e na responsabilidade de todos os personagens sem exceção. Os educadores são responsáveis pelo que acontece na escola, os pais são responsáveis pelo que acontece em casa, assim como também os jovens são responsáveis pelos próprios atos.


A série ainda tem a coragem de mostrar que a depressão pode ser combatida e não deve ser apenas aceita. Nem por quem a sofre e nem por quem vê os demais sofrendo. A responsabilidade é de todos. É justo que uma pessoa pague por seus erros. Não importa que tenha tido pais permissivos e que mal acostumam com mimos. Assim como Bulling não dá a ninguém o direito de sair metralhando todos por aí.


Tudo começa com uma escolha. Pode parecer uma coisa dura de se dizer, eu sei, mas é por isso que eu gostei da segunda temporada. Vemos isso acontecer com Clay que depois de tudo conseguiu aprender com tudo o que viveu e tenta impedir outra tragédia acontecer a despeito de sua própria segurança ao mesmo tempo que ajudou o jovem Tyler e isso foi muito importante.
Outra coisa muito interessante e que também trata disso, é o fato de terem mostrado um outro lado da Hannah. Seus erros, e suas escolhas erradas. Ela foi muito idealizada, tida como perfeita, principalmente pelo Clay. Ela é mostrada de uma forma mais humana e menos deificada por conta do suicídio. Era uma adolescente comum, com problemas. Possuía qualidades e defeitos como todos. No entanto, nenhum defeito ou nenhum erro justifica a maneira como os colegas a tratavam. Bullyng, estupro e todo o tipo de violência são totalmente errados.


Eu gostei muito dessa temporada. Tanto quanto da primeira. A melancolia é um pouco aliviada e é bom ver o coitado do Clay começar a se recuperar. Dá muita vontade de chorar no baile do último episódio quando a música que ele dançou com a Hannah começa a tocar. Eu tive muita pena dele ali. Também foi muito gratificante ver alguns dos personagens tendo o que mereciam, apesar de ter achado que foi pouco castigo que eles receberam. Gostei de ver que alguns dos mais carismáticos também se arrependeram e concertaram o seu caminho, pois ninguém ali era tão errado que não pudesse se regenerar e ter uma segunda chance, salvo um pequeno grupo deles que merecia o fogo do Inferno eterno das labaredas negras da desolação odiosa com unhas sendo passadas na lousa (isso que é antipatia pelos personagens). Também é válido dizer que os atores estão de parabéns por realmente fazerem despertar a vontade de esganar eles. 


Também gostei do desfecho para Mãe de Hannah. Apesar de achar que o sentimento dela no final é de que nunca haveria possibilidade de se recuperar de tudo aquilo.
A posição do Padre a respeito do culto dedicado a Hannah foi simplesmente sublime. A questão do suicídio não é bem vista por algumas vertentes religiosas mais fechadas do cristianismo, mas a opinião daquele Padre foi simplesmente sublime, pois é o que eu acredito que seja o caminho. Deus é um Deus de paz, misericórdia e justiça que a todos vê, e a todos conhece. É muito sério afirmar para onde uma pessoa foi ou não depois da morte independente das circunstâncias da morte, pois isso é conhecido apenas por Ele. Não se sinta desconfortável se você tem outra religião que não o cristianismo, ou mesmo se é ateu. É lógico que esse trecho fala com aqueles que acreditam em Deus, então, não se preocupe com essa questão.


No final, essa série inteira é uma das mais importantes da atualidade. Não é só entretenimento, é uma mensagem muito importante. Existem comportamentos que precisam mudar e as pessoas precisam de mais informações para que possam abandonar esses comportamentos e a série começa um diálogo sobre isso. Por exemplo, a personagem chamada Skye que tem transtorno de bipolaridade. Nos momentos felizes ela ficava muito alegre e contente. Emanava exuberância e contentamento, mas nos momentos de tristeza sua depressão crônica era tão extrema que ela se cortava.


Algumas pessoas enxergam as pessoas que se cortam como sendo dramáticas, desocupadas, frescas e coisas assim, mas não entendem que a pessoa fica em um estado tão profundo de dor psíquica que o único modo de melhorar é se cortando. Eu vou explicar o porquê isso acontece. A pessoa não se corta porque é algo radical. Isso é feito porque o corte libera endorfinas e dopamina no corpo e isso faz com que a pessoa se sinta melhor e tenha um alívio momentâneo. O cérebro força a pessoa inconscientemente a isso, ignorando a autopreservação e ignorando a dor. Não parece um caso de “frescura” para mim. O próprio Clay não sabe como reagir e lidar com a situação e até coloca os pés pelas mãos e diz coisas terrivelmente erradas para Skye (não por maldade, é claro). Ali o Clay foi o retrato da pessoa comum que tem boas intenções, mas não tem informação sobre essas coisas.

A série é muito rica quando o assunto é problemas sociais. Ela fala sobre negligência e omissão familiar, machismo, assédio, LGBTfobia e tantos outros que geralmente são tratados pelas pessoas como assuntos delicados e de fato são. Todavia, não é porque algo é difícil que deve ser evitado, ou tratado como normal por conta disso. Também aborda conflitos pessoais em respeito a própria sexualidade das pessoas, dilemas familiares, como drogas, e até com a justiça e trata de forma bem delicada a questão do quanto é importante falar-lhe sobre esses assuntos.


Uma coisa que eu senti e que achei desnecessária no início foi aquela espécie de “aparição” da Hannah começar a interagir com Clay. Me pareceu que foi uma tentativa de fazer a personagem ter uma participação maior, mas na minha opinião sem isso ela já tinha uma relevância importante com os flash backs da história. Entretanto, existem cenas em que a carga emocional é bastante intensa quando esse “fantasma” da Hannah aparece. Sobretudo na reta final da temporada. Foi bem triste.
A série continua boa como um todo, no entanto não deve ser tida como perfeita só porque tem um tema relevante. Eu as vezes acho os episódios arrastados e a narrativa um tanto presa. A atuação é muito boa na maior parte do tempo, mas tem os seus problemas. Algumas vezes eu simplesmente saio da história e me desconecto dela. Eu lembro que é uma série e todo o envolvimento que alguns momentos conseguem, são desfeitos por outros e isso é bem frustrante.


A fotografia é bem bonita e as ambientações e figurinos são muito bons. Não tem muito o que falar sobre isso. Diante do enredo isso termina se apagando um pouco e nós terminamos prestando mais atenção no que acontece do que nos demais aspectos. Ainda mais os técnicos. Também me pareceu que a série ainda vai ter pelo menos mais uma temporada, então fique ligado aqui no Blog pelas notícias.

O Problema dos Porquês


Apesar de achar a série muito boa e corajosa em abordar esses temas tão complicados, eu também penso que ela pode funcionar no sentido oposto e sair daquilo que os idealizadores queriam. Isso se chama efeito Werther que vem a ser um termo científico para quando a publicidade de um caso notável serve de estímulo para novas ocorrências.


Eu acho que é também pensando nisso que a cena do suicidio causou tanta polêmica. Hannah é mostrada de uma forma fria, solitária e dolorosa, justamente para que o suicídio não pareça algo glamuroso ou bonito. Não é algo que traga satisfação para ninguém e eu ressalto, a série não deve ser assistida por pessoas que já sofram de depressão ou tenham passado por alguns dos temas dela. Sua intenção é alertar e apesar dos seus tópicos serem muito reais, ainda é uma obra de ficção. Eu de fato já vi obras bem distintas influenciarem pessoas mais vulneráveis.

Com esse conceito em mente, é válido dizer também que a série irá influenciar as pessoas na linha de pensamento dos produtores. Diálogos vão ser estabelecidos e é por isso que a série tenta chocar e não poupa os espectadores. E estes devem ser pessoas que possam assistir a série, claro.

Projeto Borboleta


Este é um projeto que visa ajudar pessoas que sofrem de depressão e tem tendência a se cortar e a infringir automutilação. Possuí uma espécie de desafio de trinta dias que tenta ajudar a pessoa a evitar os cortes. Como eu expliquei acima sobre a personagem Skye, essa não é uma questão tão fácil para quem passa por isso e não se trata de frescura ou necessidade de chamar atenção e sim de problemas psicológicos e/ou emocionais e podem ser indicações de alguns ainda mais graves como o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) e até esquizofrenia. Ocorre muito ao adolescer, mas pode ser que pessoas de outras idades demonstrem esse comportamento.


Algumas pessoas o fazem para talvez demonstrar alguma força e coragem para a família, amigos, etc. Pode ser por algum tipo de apreciação pela dor ou como já citei, por algum problema emocional. Pode ser por vivências e experiências ruins. Decepções amorosas, desgostos ou pode simplesmente ser algo que a pessoa sinta por dentro. Por isso é preciso que exista comunicação entre as pessoas para que fique sabido o que acontece e assim procurar ajuda.


A Borboleta

Eu já achei vários métodos diferentes pesquisando na internet e cada um pode aderir ao que achar mais apropriado. Um dos aspectos do projeto, é que a pessoa que se corta desenhe uma borboleta no local do corpo onde isso mais ocorre toda vez que sentir vontade de se cortar. O intuito é fazer com que a pessoa fique tanto tempo quanto possível sem se cortar. Então vamos as condições:
·         É necessário dar o nome de uma pessoa muito querida que deseja te ver bem para a borboleta e atribuir um sonho ou projeto para ela.

  • ·         Se você infligir um corte vai matar a borboleta e também aquele sonho especial.
  • ·         Você também deve deixar a borboleta sumir sozinha. Nada de lavar ou esfregar no banho.
  • ·         Se houver mais de uma borboleta, só um corte matará todas.
  • ·         Outra pessoa pode desenhar em você. Essas são mais especiais. Cuide delas.
  • ·         Se terminar por ceder e se cortar, não fique triste, recomece.
  • ·         Reflita sobre a morte da borboleta caso isso termine acontecendo.
Certa vez eu também aderi para dar apoio para uma amiga que se cortava, então, se você não se corta, mas conhece alguém que sim e quiser ajudar, mostre o seu apoio e de forma gentil tente apresentar a idéia. Tenha contato com a sua família e amigos e converse sobre como você se sente para alcançar ajuda. Eu tomei conhecimento desse projeto a bastante tempo lá na minha adolescência no extinto Orkut. Pode-se dizer que ele é a exata antítese do infame e odioso baleia azul que é um passatempo de mentes criminosas e sociopatas.

O Desafio


Existe também um desafio muito simples para se fazer do decorrer de um mês. Consiste em uma série de perguntas e alguns afazeres para ajudar a aliviar a tensão e evitar os cortes. Apenas uma das perguntas pode ajudar muito uma pessoa. Mais de uma ajuda ainda mais. Eis a lista:


1 – A quanto tempo você se corta? 

2 – Onde mais se corta? Sabe porquê? 

3 – Qual a sua motivação para parar? Tem alguma? 

4 – Qual a parte que você mais odeia em tudo isso? Explique. 

5 – Liste 10 tarefas que te ajudam a se acalmar. 

6 – Qual o progresso, ou o bem que os cortes trouxeram? 

7 – Como se sente sobre as suas cicatrizes?

8 – Você já se cortou em locais fora de casa? Onde? 

9 – Existe alguma música que te ajuda a se sentir melhor? Qual? 

10 – Você tem uma pessoa de confiança com quem conversar? Quem? 

11 – Que conselho daria para outra pessoa que se corta? 

12 – Escreva uma carta ou faça um vídeo para si mesmo no futuro. Que mensagem daria a si mesmo? 

13 – Fique na frente de um espelho tão grande quanto possível. Sente-se confortavelmente e converse com o seu eu do passado. Perdoe-se pelos erros que cometeu. 

14 – Você conhece e visita algum site sobre automutilação? Se sim qual? Se não, procure por um.

15 – Em que lugar você se sente mais calmo? 

16 – Abrace alguém.

17 – Diga Eu Te Amo para alguém que te faça se sentir assim. 

18 – Qual foi o maior período de tempo que você ficou sem se cortar? 

19 – Por que você se corta? Você sabe o motivo? 

20 – Você tem vergonha das suas cicatrizes?

21 – Dificulte a automutilação indo para locais com mais pessoas ou vá para lugares em que isso não seja possível.

22 – Quando sentir vontade de se cortar, pegue uma caneta e desenhe linhas. Ao final conte as linhas para saber quantos cortes evitou. 

23 – Você acha que pode encontrar outra válvula de escape alternativa? Se sim, qual?

24 – Livre-se do que quer que use para se cortar. 

25 – Existe algum filme que goste e que lhe motive? Se sim, qual?

26 – Responda a pergunta de número 18 e tente duplicar essa marca.

27 –  Você tem algum Hobbie? O que mais gosta de fazer para se distrair?

28 – Quando se sentir com vontade de se cortar vá andar em algum parque, a natureza relaxa qualquer um.

29 – brinque com seu animal de estimação, ele vai te tranquilizar.

30 – crie uma frase motivacional para sua vida,e sempre que quiser se cortar, diga ela. Logo sua vontade sumirá.


Aqui a matéria sobre a primeira temporada: Depressão não é bobeira, e 13 Reasons Why mostra isso

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Escritor:
XOXO Yastaley

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