A Segunda Temporada de 13 Reasons Why e o Projeto Borboleta
Hey People, gostou da nossa matéria sobre os 13
porquês? Então, se prepare, pois hoje temos um pouco mais sobre ela que já está
na sua segunda temporada. No final vamos falar um pouco sobre o projeto
borboleta que é uma idéia que tenta ajudar pessoas em depressão. Vamos lá!
Os 13 Porquês
Thirteen Reasons Why é uma série dramática
norte-americana criada pela Netflix e inspirada no romance de Jay Asher que fez
muito sucesso com a sua temporada anterior. É uma série que toca em questões
delicadas e muito sérias como depressão, suicídio, drogas e violência sexual.
Eu vou estar deixando o link da primeira matéria escrita pela minha querida
amiga, a bela Yastaley no final dessa aqui. Se não leu aquela, eu recomendo que
o faça antes dessa pelo motivo óbvio de que aquela é sobre a primeira
temporada.
Caso já tenha lido, vem comigo explorar a segunda temporada. Lembrando
que está matéria contém Spoilers
então se ainda não terminou de assistir os 13 porquês, corre lá, e volta depois
de terminar de assistir, ok? Nesta matéria eu pretendo abordar a séria dos
pontos de vista artístico e também as suas propostas. Além disso, essa é uma
série ficcional sobre temas pesados e se você é alguém que já sofre com isso,
talvez ela não seja para você, ou é melhor assistir com alguém de confiança ou
um adulto. Caso sofre de depressão ou conhece alguém que sim, procure um
sistema de apoio emocional.
Oi, aqui é a Hannah! Hannah Baker
Bem, aqui não é a Hannah de verdade. Então, não ajuste
o seu... seja lá onde estiver lendo isso, mas enfim, vamos a série. Eu achei
que a primeira temporada foi mais focada no suicídio e na depressão e em como
as pessoas lidam com essas questões. Era mais densa, mais pesada. Tinha um
impacto mais forte e chocava com o feio e duro da realidade. Nessa segunda parte, eu
senti que a série se focou mais em dilemas adolescentes e fez a série ficar
mais leve. Apenas se propôs a sanar algumas questões da primeira. Ainda falou
de temas muito importantes como drogas, sexo, estupro, Bullyng, e levou a discussão sobre famílias disfuncionais, e negligência a área da educação e na responsabilidade de todos os personagens
sem exceção. Os educadores são responsáveis pelo que acontece na escola, os
pais são responsáveis pelo que acontece em casa, assim como também os jovens
são responsáveis pelos próprios atos.
A série ainda tem a coragem de mostrar que a depressão
pode ser combatida e não deve ser apenas aceita. Nem por quem a sofre e nem por
quem vê os demais sofrendo. A responsabilidade é de todos. É justo que uma
pessoa pague por seus erros. Não importa que tenha tido pais permissivos e que
mal acostumam com mimos. Assim como Bulling
não dá a ninguém o direito de sair metralhando todos por aí.
Tudo começa com uma escolha. Pode parecer uma coisa
dura de se dizer, eu sei, mas é por isso que eu gostei da segunda temporada.
Vemos isso acontecer com Clay que depois de tudo conseguiu aprender com tudo o
que viveu e tenta impedir outra tragédia acontecer a despeito de sua própria
segurança ao mesmo tempo que ajudou o jovem Tyler e isso foi muito importante.
Outra coisa muito interessante e que também trata
disso, é o fato de terem mostrado um outro lado da Hannah. Seus erros, e suas
escolhas erradas. Ela foi muito idealizada, tida como perfeita, principalmente
pelo Clay. Ela é mostrada de uma forma mais humana e menos deificada por conta
do suicídio. Era uma adolescente comum, com problemas. Possuía qualidades e
defeitos como todos. No entanto, nenhum defeito ou nenhum erro justifica a
maneira como os colegas a tratavam. Bullyng,
estupro e todo o tipo de violência são totalmente errados.
Eu gostei muito dessa temporada. Tanto quanto da
primeira. A melancolia é um pouco aliviada e é bom ver o coitado do Clay
começar a se recuperar. Dá muita vontade de chorar no baile do último episódio
quando a música que ele dançou com a Hannah começa a tocar. Eu tive muita pena
dele ali. Também foi muito gratificante ver alguns dos personagens tendo o que
mereciam, apesar de ter achado que foi pouco castigo que eles receberam. Gostei
de ver que alguns dos mais carismáticos também se arrependeram e concertaram o
seu caminho, pois ninguém ali era tão errado que não pudesse se regenerar e ter
uma segunda chance, salvo um pequeno grupo deles que merecia o fogo do Inferno
eterno das labaredas negras da desolação odiosa com unhas sendo passadas na
lousa (isso que é antipatia pelos personagens). Também é válido dizer que os atores estão de parabéns por realmente fazerem despertar a vontade de esganar eles.
Também gostei do desfecho para
Mãe de Hannah. Apesar de achar que o sentimento dela no final é de que nunca
haveria possibilidade de se recuperar de tudo aquilo.
A posição do Padre a respeito do culto dedicado a
Hannah foi simplesmente sublime. A questão do suicídio não é bem vista por
algumas vertentes religiosas mais fechadas do cristianismo, mas a opinião
daquele Padre foi simplesmente sublime, pois é o que eu acredito que seja o
caminho. Deus é um Deus de paz, misericórdia e justiça que a todos vê, e a
todos conhece. É muito sério afirmar para onde uma pessoa foi ou não depois da
morte independente das circunstâncias da morte, pois isso é conhecido apenas
por Ele. Não se sinta desconfortável se você tem outra religião que não o
cristianismo, ou mesmo se é ateu. É lógico que esse trecho fala com aqueles que
acreditam em Deus, então, não se preocupe com essa questão.
No final, essa série inteira é uma das mais
importantes da atualidade. Não é só entretenimento, é uma mensagem muito
importante. Existem comportamentos que precisam mudar e as pessoas precisam de
mais informações para que possam abandonar esses comportamentos e a série
começa um diálogo sobre isso. Por exemplo, a personagem chamada Skye que tem
transtorno de bipolaridade. Nos momentos felizes ela ficava muito alegre e
contente. Emanava exuberância e contentamento, mas nos momentos de tristeza sua
depressão crônica era tão extrema que ela se cortava.
Algumas pessoas enxergam as pessoas que se cortam como
sendo dramáticas, desocupadas, frescas e coisas assim, mas não entendem que a
pessoa fica em um estado tão profundo de dor psíquica que o único modo de
melhorar é se cortando. Eu vou explicar o porquê isso acontece. A pessoa não se
corta porque é algo radical. Isso é feito porque o corte libera endorfinas e
dopamina no corpo e isso faz com que a pessoa se sinta melhor e tenha um alívio momentâneo. O cérebro força a pessoa inconscientemente a isso, ignorando a
autopreservação e ignorando a dor. Não parece um caso de “frescura” para mim. O
próprio Clay não sabe como reagir e lidar com a situação e até coloca os pés
pelas mãos e diz coisas terrivelmente erradas para Skye (não por maldade, é
claro). Ali o Clay foi o retrato da pessoa comum que tem boas intenções, mas
não tem informação sobre essas coisas.
A série é muito rica quando o assunto é problemas
sociais. Ela fala sobre negligência e omissão familiar, machismo, assédio,
LGBTfobia e tantos outros que geralmente são tratados pelas pessoas como
assuntos delicados e de fato são. Todavia, não é porque algo é difícil que deve
ser evitado, ou tratado como normal por conta disso. Também aborda conflitos pessoais em respeito a própria sexualidade das pessoas, dilemas familiares, como drogas, e até com a justiça e trata de forma bem delicada a questão do quanto é importante falar-lhe sobre esses assuntos.
Uma coisa que eu senti e que achei desnecessária no
início foi aquela espécie de “aparição” da Hannah começar a interagir com Clay.
Me pareceu que foi uma tentativa de fazer a personagem ter uma participação
maior, mas na minha opinião sem isso ela já tinha uma relevância importante com
os flash backs da história.
Entretanto, existem cenas em que a carga emocional é bastante intensa quando
esse “fantasma” da Hannah aparece. Sobretudo na reta final da temporada. Foi
bem triste.
A série continua boa como um todo, no entanto não deve
ser tida como perfeita só porque tem um tema relevante. Eu as vezes acho os
episódios arrastados e a narrativa um tanto presa. A atuação é muito boa na
maior parte do tempo, mas tem os seus problemas. Algumas vezes eu simplesmente
saio da história e me desconecto dela. Eu lembro que é uma série e todo o
envolvimento que alguns momentos conseguem, são desfeitos por outros e isso é
bem frustrante.
A fotografia é bem bonita e as ambientações e
figurinos são muito bons. Não tem muito o que falar sobre isso. Diante do
enredo isso termina se apagando um pouco e nós terminamos prestando mais
atenção no que acontece do que nos demais aspectos. Ainda mais os técnicos.
Também me pareceu que a série ainda vai ter pelo menos mais uma temporada,
então fique ligado aqui no Blog pelas notícias.
O Problema dos Porquês
Apesar de achar a série muito boa e corajosa em
abordar esses temas tão complicados, eu também penso que ela pode funcionar no
sentido oposto e sair daquilo que os idealizadores queriam. Isso se chama
efeito Werther que vem a ser um termo científico para quando a publicidade de
um caso notável serve de estímulo para novas ocorrências.
Eu acho que é também pensando nisso que a cena do suicidio causou tanta polêmica. Hannah é mostrada de uma forma fria, solitária e
dolorosa, justamente para que o suicídio não pareça algo glamuroso ou bonito.
Não é algo que traga satisfação para ninguém e eu ressalto, a série não deve
ser assistida por pessoas que já sofram de depressão ou tenham passado por
alguns dos temas dela. Sua intenção é alertar e apesar dos seus tópicos serem
muito reais, ainda é uma obra de ficção. Eu de fato já vi obras bem distintas influenciarem pessoas mais vulneráveis.
Com esse conceito em mente, é válido dizer também que
a série irá influenciar as pessoas na linha de pensamento dos produtores.
Diálogos vão ser estabelecidos e é por isso que a série tenta chocar e não
poupa os espectadores. E estes devem ser pessoas que possam assistir a série,
claro.
Projeto Borboleta
Este é um projeto que visa ajudar pessoas que sofrem
de depressão e tem tendência a se cortar e a infringir automutilação. Possuí uma espécie de desafio de trinta dias que tenta ajudar a pessoa a evitar os
cortes. Como eu expliquei acima sobre a personagem Skye, essa não é uma questão
tão fácil para quem passa por isso e não se trata de frescura ou necessidade de
chamar atenção e sim de problemas psicológicos e/ou emocionais e podem ser
indicações de alguns ainda mais graves como o Transtorno de Personalidade
Borderline (TPB) e até esquizofrenia. Ocorre muito ao adolescer, mas pode ser
que pessoas de outras idades demonstrem esse comportamento.
Algumas pessoas o fazem para talvez demonstrar alguma
força e coragem para a família, amigos, etc. Pode ser por algum tipo de
apreciação pela dor ou como já citei, por algum problema emocional. Pode ser
por vivências e experiências ruins. Decepções amorosas, desgostos ou pode
simplesmente ser algo que a pessoa sinta por dentro. Por isso é preciso que
exista comunicação entre as pessoas para que fique sabido o que acontece e
assim procurar ajuda.
A Borboleta
Eu já achei vários métodos diferentes pesquisando na
internet e cada um pode aderir ao que achar mais apropriado. Um dos aspectos do
projeto, é que a pessoa que se corta desenhe uma borboleta no local do corpo
onde isso mais ocorre toda vez que sentir vontade de se cortar. O intuito é
fazer com que a pessoa fique tanto tempo quanto possível sem se cortar. Então
vamos as condições:
·
É necessário dar o nome de uma pessoa
muito querida que deseja te ver bem para a borboleta e atribuir um sonho ou
projeto para ela.
- · Se você infligir um corte vai matar a borboleta e também aquele sonho especial.
- · Você também deve deixar a borboleta sumir sozinha. Nada de lavar ou esfregar no banho.
- · Se houver mais de uma borboleta, só um corte matará todas.
- · Outra pessoa pode desenhar em você. Essas são mais especiais. Cuide delas.
- · Se terminar por ceder e se cortar, não fique triste, recomece.
- · Reflita sobre a morte da borboleta caso isso termine acontecendo.
Certa vez eu também aderi para dar apoio para uma
amiga que se cortava, então, se você não se corta, mas conhece alguém que sim e
quiser ajudar, mostre o seu apoio e de forma gentil tente apresentar a idéia.
Tenha contato com a sua família e amigos e converse sobre como você se sente
para alcançar ajuda. Eu tomei conhecimento desse projeto a bastante tempo lá na
minha adolescência no extinto Orkut. Pode-se dizer que ele é a exata antítese
do infame e odioso baleia azul que é um passatempo de mentes criminosas e
sociopatas.
O Desafio
Existe também um desafio muito simples para se fazer
do decorrer de um mês. Consiste em uma série de perguntas e alguns afazeres
para ajudar a aliviar a tensão e evitar os cortes. Apenas uma das perguntas
pode ajudar muito uma pessoa. Mais de uma ajuda ainda mais. Eis a lista:
1 – A quanto tempo você se
corta?
2 – Onde mais se corta? Sabe porquê?
3 – Qual a sua motivação para parar? Tem alguma?
4 – Qual a parte que você mais odeia em tudo isso? Explique.
5 – Liste 10 tarefas que te ajudam a se acalmar.
6 – Qual o progresso, ou o bem que os cortes trouxeram?
7 – Como se sente sobre as suas cicatrizes?
8 – Você já se cortou em locais fora de casa? Onde?
9 – Existe alguma música que te ajuda a se sentir melhor? Qual?
10 – Você tem uma pessoa de confiança com quem conversar? Quem?
11 – Que conselho daria para outra pessoa que se corta?
12 – Escreva uma carta ou faça um vídeo para si mesmo no futuro. Que mensagem daria a si mesmo?
13 – Fique na frente de um espelho tão grande quanto possível. Sente-se confortavelmente e converse com o seu eu do passado. Perdoe-se pelos erros que cometeu.
14 – Você conhece e visita algum site sobre automutilação? Se sim qual? Se não, procure por um.
15 – Em que lugar você se sente mais calmo?
16 – Abrace alguém.
17 – Diga Eu Te Amo para alguém que te faça se sentir assim.
18 – Qual foi o maior período de tempo que você ficou sem se cortar?
19 – Por que você se corta? Você sabe o motivo?
20 – Você tem vergonha das suas cicatrizes?
21 – Dificulte a automutilação indo para locais
com mais pessoas ou vá para lugares em que isso não seja possível.
22 – Quando sentir vontade de se cortar, pegue uma caneta e desenhe linhas. Ao final conte as linhas para saber quantos cortes evitou.
23 – Você acha que pode encontrar outra válvula de escape alternativa? Se sim, qual?
24 – Livre-se do que quer que use para se
cortar.
25 – Existe algum filme que goste e que lhe motive? Se sim, qual?
26 – Responda a pergunta de número 18 e tente duplicar essa marca.
27 – Você tem algum Hobbie? O que mais gosta de fazer para se distrair?
28 – Quando se sentir com vontade de se cortar vá andar em algum parque, a natureza relaxa qualquer um.
29 – brinque com seu animal de estimação, ele vai te tranquilizar.
30 – crie uma frase motivacional para sua vida,e sempre que quiser se cortar, diga ela. Logo sua vontade sumirá.
Aqui a matéria sobre a primeira temporada: Depressão não é bobeira, e 13 Reasons Why mostra isso
Gostaram do post? Compartilhe com seus amigos mais próximos e divulgue! E não se esqueça de nos seguir nas nossas redes sociais pra não ficar de fora de tudo o que acontece no blog!
Escritor:
XOXO Yastaley
0 comentários