Crítica Donnie Darko | Viajar no Tempo é Cult

by - março 05, 2018

Hey people, vamos falar hoje de um filme um pouco mais antigo que se passou em 2000, mas é um filme muito interessante. Vamos ?


Apesar de ser um filme dos anos 2000, “Donnie Darko” se passa nos anos oitenta e conta a história de um jovem problemático com distúrbio de esquizofrenia. A princípio, parece que é mais um filme sobre disfunção social com os típicos problemas de um jovem deslocado tentando se ajustar na escola e lidar com problemas rotineiros como bullyng, relacionamentos, questões acadêmicas enquanto lida com seus problemas psiquiátricos. No entanto, a história muda de rumo quando Donnie é acordado no meio da noite por um coelho demoníaco de dois metros que o salva de um misterioso acidente e lhe entrega uma “profecia” apocalíptica.


Eu não vou explicar sobre as teorias do filme aqui, pois elas inevitavelmente iriam conter Spoilers, então estarei deixando um link no final do texto com as principais teorias, além de uma de minha autoria além de curiosidades sobre o filme. Donnie Darko é um filme considerado por muito (e eu diria por quase todos), um excelente filme cult com uma temática surpreendente com um enredo que leva você a pensar e a questionar o que ele lhe propõe. O final do filme simplesmente pega o espectador e o coloca um grande “O quê? ” dentro da mente. Fazendo quem assiste de primeira queimar a mufa para entender o que aconteceu.




 A explicação do filme é para alguns um tanto complexa, e construída de forma que o telespectador pode concluir coisas diferentes uns dos outros. Por isso, existem muitas explicações para o enredo e todas fazem sentido até certo ponto. Todavia, todas (pelo menos as que eu conheço) tem algum problema chave para que se chegue a uma conclusão perfeita. Isso por acaso inclui a explicação oficial. Isso é uma das coisas mais geniais em “Donnie Darko” Ele não só dá margem para interpretação, mas também coloca em xeque a própria teoria oficial, fazendo com que aja um debate de por exemplo, alguns fatos que são desnecessários para que as questões da história seja resolvida. As misturas de temas como metafisica e religião, ao mesmo tempo com questões como uma melancolia implícita, traz uma experiência de imersão de quem assiste.


 Existem momentos mais densos em que se sente a carga emocional dos personagens. E isso contrasta bem com os momentos de descontração do filme. A trilha sonora é outro deleite a parte. Algumas músicas simplesmente se encaixam perfeitamente com as cenas em que tocam e parecem falar exatamente do que discorrem. As que merecem melhor destaque são “The Killing Moon” de “Echo and the Bunnymede”, assim como “Head over Heels” do “Tears for Fears” “Mad World” também do “Tears for Fears”. As músicas no filme ainda são usadas para sustentar algumas das teorias que existem a respeito do enredo do filme e isso as torna muito importantes para o mesmo.



É fantástico como o diretor Richard Kelly, que a propósito tinha apenas vinte e seis anos quando dirigiu esse filme, nos emerge nos anos oitenta com a ótima fotografia do filme que realmente traz a memória daqueles tempos. Outro ponto a ser ressaltado apesar da temática com seus pés em física teórica, são as questões profundas de psicologia e alguns temas sociais, tais como a educação escolar que os jovens recebem e ainda mostra como algumas famílias lidam com problemas com os filhos e aborda esses temas em forma de crítica. Muitos dos diálogos são muito marcantes e ficaram gravados na mente dos fãs do filme. Com certeza quem já assistiu ao menos uma vez pode reconhecer de imediato algumas das falas do filme.



Os atores também entregam um excelente trabalho. Fazendo-o de forma profunda e competente. Você consegue se conectar com eles e até de certa forma se identifica e imagina o que pode ter ocorrido com os personagens depois do final do filme. Além de tentar entender as suas motivações (o que só pode ser alcançado ao entender a teoria do filme). Este é um filme que te levará a pensar nele por um tempo e só te trará a satisfação de entende-lo melhor depois de assistir mais de uma vez. Com certeza uma grata experiência.
Mas, porque decidimos falar sobre ele agora se esse filme não é um lançamento recente? Por que a arte é atemporal. Sim, este filme deve ser considerado como sendo arte, e é nossa recomendação assisti-lo.

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Escritor: Thiago de França
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